sábado, 26 de maio de 2012

A FILOSOFIA PODE NOS CONDUZIR A FELICIDADE?

Leia a resposta do filósofo André Comte-Sponville a seguir. 


Filosofar é pensar sua vida e viver seu pensamento. 


Em que medida isso pode nos aproximar da felicidade? 


Ficando mais perto da verdade, nós nos libertamos de várias ilusões e esperanças tolas. 


Isso nos ajuda a amar a vida mais do que amar a felicidade, a verdade mais do que a fantasia, o amor mais do que a fé ou a esperança. 


Os maiores mestres são, a meu ver, Epicuro (de Samos, filósofo grego dos séculos IV e III a.C.), (Michel) Montaigne (filósofo francês do século XVI) e (Baruch) Spinoza (filósofo holandês do século XVII). 


Quanto a mim, já me expliquei longamente em meu Tratado do Desespero e da Beatitude e, de maneira mais resumida, em Felicidade, Desesperadamente. ... 


Tudo depende do que se entende por felicidade. 


Se você busca uma alegria contínua e soberana, ou mesmo a ausência total de sofrimento e angústia, certamente nunca será feliz. "Toda vida é sofrimento", dizia Buda. E tinha razão. 


A felicidade, se a entendemos como uma alegria completa, é apenas um sonho, que nos separa do contentamento verdadeiro. 


Em busca da felicidade absoluta, nós nos proibimos de viver as felicidades relativas e nos tornamos infelizes. 


Se, ao contrário, você entender como felicidade o fato de não ser infeliz ou simplesmente de poder desfrutar algumas alegrias, a felicidade não é impossível. 


E você será feliz somente por não ser triste. À exceção, claro, nos momentos mais difíceis da vida.

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