sexta-feira, 31 de agosto de 2012

FAXINA DA ALMA

Querido leitor, paz! Hoje quero trazer um poema do nosso poeta mor, Calos Drummond de Andrare. Refiro-me ao poema “Faxina na Alma”.

Faxina lembra limpeza, dentro dos 5´S japonês a primeira etapa é o Seiri, descartar o inútil. Faxina ou limpeza fazemos em casa, no carro, em nossa repartição, no corpo, nos dentes. Enfim, é algo que fazemos diariamente. E o poema Faxina da Alma começa assim: “Não importa onde você parou, em que momento da vida você cansou. Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo, é renovar as esperanças na vida e, o mais importante, acreditar em você de novo”.

Bonito, não é mesmo? Continua Drummond: “Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado. Chorou muito? Foi limpeza da alma. Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia. Sentiu-se só por diversas vezes? É porque fechaste a porta até para os anjos. Acreditou que tudo estava perdido? Era o início da tua melhora. Pois é… Agora é hora de reiniciar, de pensar na luz, de encontrar prazer nas coisas simples de novo”.

Geralmente, tudo tem sentido se a gente der sentido, não é mesmo? Até mesmo sentimentos tristes que nos levam a sensações desagradáveis podem nos ajudar se tivermos sabedoria para isso. Se também formos poeta, como Drummond de Andrade.

“Um corte de cabelo arrojado, diferente, um novo curso, ou aquele velho desejo de aprender a pintar, desenhar, dominar o computador, ou qualquer outra coisa”. Olha quanto desafio, quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando… Está se sentindo sozinho? Besteira. Tem tanta gente que você afastou com o seu “período de isolamento”. 

Tem tanta gente esperando apenas um sorriso seu para “chegar” perto de você. Quando nos trancamos na tristeza, nem nós mesmos nos suportamos, ficamos horríveis. O mau humor vai comendo nosso fígado, até a boca fica amarga. Recomeçar… Hoje é um bom dia para começar novos desafios.

São verdades de poetas, sabedoria das letras, que nos mexem e nos fazem refletir. Mas a poesia não só aponta caminho. Ele continua e faz perguntas: “Aonde você quer chegar? Alto? Sonhe alto! Queira o melhor do melhor. Queira coisas boas para a vida. Pensando assim, trazemos para nós aquilo que desejamos. Se pensamos pequeno, coisas pequenas teremos. Já se desejarmos fortemente o melhor e, principalmente lutarmos pelo melhor, o melhor vai se instalar na nossa vida. E é hoje o dia da faxina mental”.

Em nossas casas, às vezes contratamos faxineiras para a limpeza, é verdade, mas a faxina interna não tem como fazer isso, é uma ação exclusiva de cada um. Para isso, Drummond dá uma dica: “Jogue fora tudo que te prende ao passado, ao mundinho de coisas tristes. Fotos, peças de roupas, papel de bala, ingressos de cinema, bilhetes de viagens e toda aquela tranqueira que guardamos quando nos julgamos apaixonados. Jogue tudo fora, mas principalmente esvazie seu coração. Fique pronto para a vida, para um novo amor”.

Fique pronto para uma nova existência sem morrer o corpo, só o padrão antigo. Isso não é um mistério? Antes de finalizar, o poeta ainda nos lembra que “somos apaixonáveis, somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes, afinal de contas, nós somos o “Amor”.

Ao finalizar o poema, Carlos Drummond de Andrade justifica: “Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura”.

É assim como o poeta Carlos Drummond de Andrade receitava de forma poética a faxina da alma. E você, como tem feito sua limpeza interna? Por: Beto Colombo

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