terça-feira, 3 de julho de 2012

RELAÇÕES COMO NEGÓCIO

Querido leitor, aceite o meu fraternal abraço. Nosso tema de hoje é sobre relações como negócio e é baseado em um artigo escrito no jornal “Financial Times”, periódico de economia de maior circulação em todo o mundo. O artigo em questão foi do articulista Philip Stephens em resposta a uma carta de uma leitora que escreveu aos editores pedindo dicas sobre "como arranjar um marido rico". Como o jornalista não soube se a signatária da mensagem estava ironizando ou falando sério, não querendo correr o risco, ele respondeu a sua solicitação. Eis a carta da jovem moça: "Sou uma garota linda - maravilhosamente linda - de 25 anos. Sou bem articulada e tenho classe. Estou querendo me casar com alguém bem rico. Já namorei homens que ganham por volta de US$ 200 a 250 mil, mas não consigo passar disso. E US$ 250 mil por ano não vão me fazer morar em Central Park West. Então, qual a estratégia correta para me casar com alguém que ganha pelo menos US$ 500 mil por ano? Talvez você, querido leitor, possa estar surpreso. Talvez você, querida leitora, possa estar revoltada, mas esse fato é real. Em resposta a essa direta questão, o editor do jornal também foi direto. Depois de ler a consulta da leitora com grande interesse, pensou cuidadosamente no seu caso e fez uma análise da situação. Philip Stephens foi taxativo: “Visto da perspectiva de um homem como eu (que tenho os requisitos que você procura), o que você oferece é simplesmente um péssimo negócio”. Na sequência, o jornalista explicou que deixando as firulas de lado, o que a leitora estava sugerindo era uma negociação simples, proposta clara, sem entrelinhas: “Você entra com sua beleza física e eu entro com o dinheiro”, lembrou. Como se não bastasse, ele disse que tinha “mais um problema.” Com toda certeza, “com o tempo a sua beleza vai diminuir e um dia acabar, ao contrário do meu dinheiro que, com o tempo, continuará aumentando”. Debatendo este tema emocional no campo da razão, local este trazido pela própria leitora, o economista continua expondo argumentos racionais para o “negócio”. “Em termos econômicos, você é um ativo sofrendo depreciação e eu sou um ativo rendendo dividendos. E você não somente sofre depreciação, mas sofre uma depreciação progressiva, ou seja, sempre aumenta!” Com medo dela não entender, ele explicou: “Você tem 25 anos hoje e deve continuar linda pelos próximos 5 ou 10 anos, mas sempre um pouco menos a cada ano. E no futuro, quando você se comparar com uma foto de hoje, verá que o tempo passou. Isto é, hoje você está em 'alta', na época ideal de ser vendida, mas não de ser comprada”. Usando o linguajar de Wall Street, expôs ele, quem a tiver hoje deve mantê-la como 'trading position' (posição para comercializar) e não como 'buy and hold' (compre e retenha), que é para o que você se oferece. Portanto, começa a finalizar o economista Philip Stephens, editor do Financial Time, ainda, em termos comerciais, casar (que é um 'buy and hold') com você não é um bom negócio a médio/longo prazo! Mas alugá-la, sim! E a saída veio como óbvia: “Em termos sociais, um negócio razoável a se cogitar é namorar”, sugere ele. Queridos leitores, algumas pessoas tratam das emoções pelo campo da razão e matematizam tudo, ou seja, tudo passa a ser números: uma noite de amor com a pessoa amada custará um anel, um final de semana com a família vale outro livre dela, um beijo corresponde a ter o prato predileto na refeição seguinte, comprar flores terá em troca um abraço. Esse frenético estímulo-resposta do comportamentalismo chega ao ponto de algumas relações acabarem mediante a seguinte argumentação: “Eu dei mais abraços, eu dei mais beijos, eu dei mais amor e recebi em troca muito menos do que doei”. É assim como algumas pessoas veem as relações. E para você, relacionamento é um negócio? Por: Beto Colombo

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