segunda-feira, 23 de julho de 2012

O CANTO DAS SEREIAS


Querido leitor e querida leitora, rogo que você esteja alegre e feliz. Hoje volto novamente à mitologia grega, fonte de inspiração e reflexão tão oportunas quanto atuais. Falo do canto das sereias.
Conta a mitologia grega que em seu regresso de Tróia ao seu Reino Ítaca, Ulisses enfrenta diversas provações. Uma delas foi a passagem pela costa da Ilha das Sereias. Aqui, as sereias eram ninfas marinhas que tinham o poder de enfeitiçar com o seu canto, todos que as ouvissem de modo que os infortunados marinheiros sentiam-se irresistivelmente impelidos a se atirarem ao mar, onde encontravam a morte. 

Aconselhado por Cirne, Ulisses tampou com cera os ouvidos de seus marinheiros, de modo que eles não pudessem ouvir o canto e pediu que o amarrassem no mastro do navio, instruindo seus homens para não libertá-lo até passar pela Ilha das Sereias. Assim o fez e, agindo dessa forma, passaram sãos e salvos. Saíram do outro lado ilesos.

Trazendo essa passagem para o nosso mundo, para o mundo real, enfim, procurando adaptá-la ao universo empresarial, quantos ensinamentos podemos tirar. Hoje em dia, as organizações com filosofia e cultura fazem questão de preencher as vagas abertas com o crescimento da empresa, sempre com profissionais de carreira. Pessoas que iniciaram no chão de fábrica, como telefonistas ou copeiras, mas que, com seu mérito, se aperfeiçoam teórica e praticamente e, com o tempo, se tornam vendedores e vendedoras, gerente e até diretores. 

Depois de anos numa doação de mão dupla, profissionais e empresa fazem uma parceria de crescimento sedimentando uma relação ganha-ganha. Confesso que me orgulho e fico honrado quando profissionais deixam nossa empresa de forma aberta e sincera, olho no olho. Eles vão alçar novos voos, vão caminhar diferentes caminhos, fazer suas histórias. Que bonito!

Mas, às vezes, inadvertidamente, alguns desses profissionais são fisgados pelo canto da sereia que, com seu canto, enfeitiçam e cegam. Despertados por promessas e ganhos vultosos e fáceis, alguns acabam se deixando levar e comprometem uma vida de coerência, entregando-se a uma aventura arriscada.

Ulisses, nessa passagem, pode escolher entre ouvir ou não ouvir o canto das sereias e ele foi dono de seus atos, ele pode optar e escolheu ouvir. Essa, talvez seja uma boa dica para nós. Temos o livre arbítrio, podemos tapar nossos ouvidos na hora que quisermos, ou até nos amarrar aos mastros da vida para não ser tentados pelas armadilhas do canto do ganho fácil.

Nestas horas me vem à mente a história de um amigo, o Pedro. Ele tem deficiência auditiva grave e usa aparelho para ter um contato com os sons externos. Mas quando não quer ouvir a reclamação que também vem de fora, ele não exita, desliga o aparelho.

É assim como o mundo me parece hoje. E você, qual a sua estratégia para enfrentar o canto das sereias? Por: Beto Colombo


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