sexta-feira, 20 de abril de 2012

Assim na Terra como no Céu

Ouve-se por aí que o ano produtivo no Brasil começa depois do carnaval, ou seja, que nós brasileiros nos focamos realmente na jornada de trabalho somente depois de passar as festas de final de ano e que esse tempo se encerra no carnaval. Para algumas pessoas é assim que funciona. Hoje nosso tema é trabalho. Já falamos sobre esse mesmo tema, só que, nesta oportunidade, vamos dar um upgrade ou então um enfoque diferente, ou como dizemos em filosofia clínica, vamos enraizar, aprofundar. Antes disso, lembro que em 2011 escrevi que alguns de nós temos a concepção de trabalho ligada a um ato negativo. Você, como eu, já deve ter ouvido a expressão: “Lá vou eu de novo para a luta”, referindo-se a mais um dia de trabalho. Talvez pela origem da palavra tripalium, que nada mais é do que um aparelho de tortura formado por três paus, ao qual eram amarrados os condenados ou os animais difíceis de ferrar. Mas hoje quero refletir sobre uma nova visão de trabalho. E vamos beber na tradução do espanhol, onde trabalho é “trabajo”, consequentemente, “trabajo” é trazer “abajo”. Aqui, podemos perceber que trazer para baixo pode significar trazer o sutil para o denso, trazer o imaterial para o material, trazer algo do alto para a terra, ou seja, assim na terra como no céu. Um exemplo são os arquitetos, você mostra o terreno e ele que, no campo das ideias planeja e depois com as técnicas que aprendeu põe no papel. Geralmente é assim. Dentro da linha do trazer para baixo, pode-se ainda perceber que nossa luz interna, dos mais de sete bilhões de seres humanos, geralmente é de buscar materializar o que provavelmente temos em comum, que é a centelha divina. Somos, talvez, seres espirituais com experiência material. Nossa meta, quem sabe, seja trazer o intangível para o tangível numa experiência única neste plano tridimensional. Mas as novidades não param por aí. Ainda temos um complemento muito interessante, na medida em que a partir deste conceito de trazer para baixo, podemos ver que há uma complementariedade com ele que é o serviço. Diante desta nova visão, podemos assim interpretar serviço como “viçar” o “Ser” – ser-viço -, ou seja, tornar a planta viçosa, oportunizar para que o ser cresça e dê bons frutos. Fala-se no exemplo do mestre Jesus Cristo, que foi o grande servidor, que contribui sobremaneira com seu exemplo de líder servidor. Lembra-se dos líderes que se busca no chão de fábrica, tão importantes quanto escassos nos dias de hoje. Trabalho: trazer abaixo. Serviço: viçar o ser. Palavras tão importantes, mas ambas nos levam ao verbo, não ao substantivo, nos remetem a ação, não ao conceito estático. Que tenhamos todos um bom ano de trabalho. Mãos à obra. É assim como o mundo me parece hoje. E você, o que pensa sobre viçar o ser? Por: Beto colombo

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