quarta-feira, 29 de maio de 2013

SELETIVIDADE

E as pessoas que por Seletividade alimentam suas vidas com sonhos belos, poesia, amor, crescimento existencial, solidariedade? Como entender que muitas delas padecem em coisas ruins, desagradáveis, continuadamente? Que Seletividade é esta que, ao escolher o que há de aprazível e acolhedor para a alma, a pessoa colhe dor e perdas?


Há diversas explicações plausíveis aqui, e veremos algumas delas neste sábado, 20h00 (horário de Brasília), mas uma resposta corriqueira, muito encontrada em elementos de Seletividade, diz respeito a uma vivência panorâmica, superficial, de aspectos que pedem consistência, freqüência, profundidade. Exemplo: muitos do que oram, rezam, cumprem um ritual sem lastro, sem vida, mera formalidade protocolar. Algo como ter decorado as Escrituras, saber citar capítulos e versículos, mas não acreditar, não viver de fato o conteúdo dos verbos. Assim, o que se fortalece é o medo, a dor, aquilo no qual de fato a pessoa coloca sua vivência, reforçada a cada dia. Para muitos, é assim.

De outra forma: a pessoa fala em poesia, em sonho, mas tem fortes experiências subjetivas de dor e misérias. O quadro clínico pode piorar muito se a pessoa ainda esconder de si mesma este fenômeno, pois então poderá chegar ao consultório perguntando coisas como porque uma pessoa, feito ela, que tanto se inspira e busca as poesias da vida tem vivido as desgraças e ruínas existenciais – uma vez que se alienou de si mesma e não compreende o que se passa.

Albert Einstein ilustrou este conteúdo em 1939: “Podemos ter o mais claro e mais completo conhecimento do que é e, contudo, não ser capazes de deduzir daí qual deveria ser o objetivo das nossas aspirações humanas. O conhecimento objetivo fornece-nos instrumentos poderosos para a realização de determinados fins, mas o objetivo último propriamente e o desejo de o alcançar têm de provir de outra fonte. Aqui enfrentamos, portanto, os limites de uma concepção puramente racional da nossa existência”.

Lúcio Packter

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