sábado, 30 de março de 2013

PÁSCOA

No judaísmo, segundo a bíblia, livro do êxodo, Deus mandou 10 pragas sobre o Egito. Na última delas(êxodo capítulo 12) Moisés disse que todos os primogênitos egípcios seriam exterminados com a passagem do anjo da morte por sobre suas casas, poupando os de Israel. O povo de Israel deveria imolar um cordeiro, passar o sangue do cordeiro imolado sobre as portas de suas casas para identificá-las. Assim o anjo passaria por elas sem ferir seus primogênitos. Todos os demais primogênitos do Egito foram mortos, do filho do Faraó aos filhos dos escravos. Isto causou intenso clamor dentre o povo egípcio, culminando assim com a decisão do Faraó de libertar o povo de Israel, dando assim inicio ao êxodo do povo de Israel em direção à terra prometida. 

A bíblia judaica institui a celebração do pessach, em êxodo 12,14: 

Conservais a memória daquele dia, celebrando-o como uma festa em honra de Adonai: Fareis isto de geração em geração, pois é uma instituição perpétua. 

A palavra páscoa se origina do nome hebraico pessach, onde os judeus comemoram a libertação e fuga do seu povo escravizado do Egito, por volta do 1250 a C. 

A maior e mais importante festa do cristianismo católico, chamado de páscoa em que os seguidores celebram a ressureição de Jesus Cristo, após sua morte por crucificação que, segundo dados históricos do catolicismo, teria ocorrido entre os anos 30 e 33 da era cristã. 
A data onde se comemora a páscoa é certamente o dia mais importante do catolicismo. 

A páscoa é celebrada no primeiro domingo após a lua cheia que ocorre depois do equinócio da primavera no hemisfério norte e outono no hemisfério sul, podendo ocorrer entre o dia 22 de março e o dia 25 de abril de cada ano. 

Por mistério pascal entende-se o conjunto de acontecimentos como, morte, ressureição e ascenção aos céus de Jesus Cristo, tornando-se uma unidade inseparável. Para a teologia cristã o mistério pascal é o principal artigo de fé e o conteúdo da pregação e missão da igreja. Para os cristãos, foi pelo mistério pascal de Cristo que se consumou a salvação de todos os homens e se inaugurou o tempo novo da redenção. É o supremo sacrifício de valor infinito, que Jesus ofereceu a Deus Pai a favor da salvação de todos os homens. Pascal porque a entrega de Cristo na cruz e sua ressureição estão intimamente ligados à páscoa, ou seja, a festa dos judeus que comemora a sua libertação da escravidão do Egito, e a que Cristo dá o sentido novo de libertação da escravidão do pecado e da morte. Assim como a páscoa para os judeus está ligada à passagem pelas águas, para os cristãos liga-se à passagem da morte para a vida, sentido último do mistério pascal. Assim como Cristo morreu e voltou à vida, os cristãos crêem que, por este mesmo mistério, são também libertados da morte e reconduzidos à vida. 

O mistério pascal, como realidade fundamental da fé cristã, esta presente na sua pregação e de modo especial, nos seus sacramentos. O batismo corresponde, para os cristãos, a uma inserção do indivíduo no mistério pascal de Cristo, pela qual passa a fazer parte também da igreja. Pelo batismo, o cristão à imagem de Cristo, é retirado da morte para a vida nova da graça. O mistério pascal está presente de forma mais intensa na eucaristia. Neste sacramento, o mistério pascal é renovado, tornando presente para os que celebram, de modo que todos recebem os seus frutos da salvação. O mistério pascal de Cristo, está presente em todas as celebrações da igreja, sacramentais e não sacramentais. 
Alguns costumes relacionados ao período pascal tem origem nos festivais pagãos da primavera, outros vêm da celebração do pessach, a páscoa judaica, sendo esta também uma das festas mais importantes de judaísmo celebrado durante 08 dias comemorando o êxodo do Egito, da escravidão para a liberdade. Um ritual de passagem assim como também a passagem de Cristo da morte para a vida. 
A festa tradicional da páscoa, associa a imagem do coelho, um símbolo de fertilidade, e os ovos com cores brilhantes, representando a luz solar. Para entender o significado da páscoa cristã atual, é necessário voltar à idade média e lembrar os antigos povos pagãos europeus que, nesta época do ano, homenageavam Ostera, a deusa da primavera, que segura um ovo em sua mão e observa um coelho, simbolo da fertilidade, pulando alegremente ao redor de seus pés. A deusa e o ovo que carrega são símbolos da chegada de uma nova vida. Ostara equivale, na mitologia grega, a Deméter. Na mitologia Romana a Céres. 

Ainda é costume em alguns países, na passagem da páscoa a prática de pintar ovos cozidos, decorando-os com desenhos e formas abstratas, muito embora na maioria já terem sido
substituídos por ovos de chocolate, inclusive no Brasil. Este costume não é citado na bíblia, sendo portanto uma alusão a antigos rituais pagãos. Na primavera, lebres e ovos pintados com runas eram os símbolos da fertilidade e renovação associados a deusa nórdiga Gefjun. A lebre e não o coelho era o símbolo de Gefjun. Suas sacerdotizas eram ditas capazes de prever o futuro observando as entranhas de uma lebre sacrificada. A versão “coelhinho da páscoa que trazes pra mim?” é bem mais interessante comercialmente do que a “lebre de eostre, o que suas entranhas trazem de sorte para mim?” que é a versão original desta rima. A lebre de eostre pode ser vista na lua cheia e, portanto, naturalmente associada a lua e às deusas lunares da fertilidade. Seus cultos pagãos foram absorvidos e misturados pela comemorações judaico-cristãs, dando inicio a páscoa comemorado atualmente na maior parte do mundo. 
Também da China vem o costume de oferecer ovos. Há séculos os orientais preocupavam-se em embrulhar os ovos naturais com cascas de cebola e cozinhavam-nos com beterraba. Ao retirá-los do fogo, ficavam com desenhos mosqueados na casca. Os ovos eram dados de presente na festa da primavera. Este costume chegou no Egito que assim como os Chineses, distribuíam os ovos no início da nova estação. O surgimento do ovo de chocolate na páscoa se deu a partir do século XVIII, pelo confeiteiros franceses em substituição aos ovos pintados que eram escondidos nas ruas e nos jardins para serem caçados.Um modo mais atraente de apresentar o chocolate. 

São símbolos da páscoa, a cruz da ressureição, o cordeiro que simboliza Cristo, filho de Deus, sacrificado em prol da humanidade, mas com origem na páscoa judaica e nos cultos Teutônicos, onde era frequente o sacrifício de animais aos deuses. O pão e o vinho representando o corpo e o sangue de Jesus, dados aos discípulos para celebrar a vida eterna. O Círio, vela muito grande que se acende no sábado de aleluia, simbolizando Cristo, a luz dos povos. Alfa e ômega nela gravadas querem dizer: “Deus é o princípio e o fim de tudo”. Coelhinho da páscoa, tradição com origem na Alemanha. Ovos de páscoa, costume de muitos países, fazem parte do imaginário pascal. 


Muitas histórias estão ligadas aos símbolos da Páscoa, entre elas, a colomba pascal. Ao norte da Itália, em Lombardia, vilarejo de Pavia, houve uma invasão local do exército de Albuíno, o rei dos Lombardos. Um confeiteiro do local resolveu preparar um presente para o invasor. Criou um bolo diferente, preparado com ricos ingredientes e assado no formato da pomba da paz. Quando recebeu o presente, o invasor ficou encantado com o sabor do bolo e a sensível ideia e decidiu poupar o vilarejo do ataque. O bolo simboliza a vinda do Espírito Santo.



A pomba ou colomba pascal, um pão doce e enfeitado com a forma de ave, é um símbolo cristão. A forma de pomba era utilizada muito freqüentemente nos antigos sacrários onde se reservava a Eucaristia. O símbolo eucarístico se converteu logo no pão doce que costuma ser compartilhado, em alguns países europeus - especialmente na Itália - no café da manhã de Páscoa e da "Pasquetta", a segunda-feira de Páscoa.


Nos últimos anos, a Colomba Pascal já é encontrada a venda no Brasil e começa a se tornar tradição nas manhas de páscoa, assim como o panetone no natal.



Como vimos a tradição da páscoa  teve inicio a mais de 3 mil anos atrás com a libertação do povo de israel do Egito, passando pela Grécia, Roma, China,Egito, Europa medieval. O cristianismo por sua vez incorporou aspectos das  mais variadas tradições, transformando-se no que conhecemos como páscoa atualmente.

Por: Aloysio Tiscoski 

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