sábado, 25 de fevereiro de 2012

Deus é...

16/02/2012 Deus É... Um dos assuntos mais complicados de em Filosofia é aquele que trata de Deus, sua existência ou não e sua presença. Deus, na Filosofia foi definido como sendo o “primeiro motor imóvel” aristotélico, também como o “Demiurgo” de Platão. Afora a Filosofia na Bíblia Deus aparece basicamente de duas formas: a primeira no Antigo Testamento, onde Ele é duro, de certa forma até mau. Nestes livros bíblicos se pode ver um Deus que castiga, mas mesmo após o castigo retorna a relação com o homem. Numa segunda parte da Bíblia, Deus é descrito a partir de Jesus Cristo, onde este o coloca como sendo Pai, Filho e Espírito Santo. Agora Ele é amor, perdão, Aquele que entregou o seu Filho para redimir a humanidade dos seus pecados. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento Deus tem uma significação a qual exige daqueles que acreditam uma forma de se relacionar. A orientação do que fazer ou não em relação ao próprio Deus é dada pela significação que ele ganha em cada cultura. No Antigo Testamento, quando Moisés se aproxima da sarça ardente, ele tira as sandálias, cobre o rosto para não ver. Aqui fica clara a distância que se coloca entre a divindade e o humano, a separação é física mesmo. A partir do momento em que Jesus, enquanto representante do Pai, retira todo o afastamento e se permite morrer pelo humano, pela carne, a relação com Deus supõe significados diferentes dependendo da cultura na qual a religiosidade está inserida. É importante destacar que não é só de maneira coletiva que se significa Deus e por conseqüência se orienta a maneira de se relacionar com Ele. Em muitos casos se esquece de que quando se atribui um significado está se depositando no significante uma série de predicados. Para ficar mais claro digamos que Deus pode ser significado como pai, pastor, amor, etc.. Socialmente cada uma destas palavras tem em si uma maneira de ser entendida, mas também tem uma forma pessoal de compreensão. E é muitas vezes nesta relação de significado pessoal que se encontra o grande problema no que diz respeito à relação do homem com Deus. Quando se diz que Deus é Pai, está se colocando em uma entidade as características de um ser. Em outras palavras, pegamos Deus e o vestimos como sendo Pai, mas o pai tem em si uma série de características que o fazem pai, como por exemplo: ter filhos. Só que nem todos os pais poderiam servir como modelo para representar Deus. Aí surgem as contradições que causam as confusões para algumas pessoas, dizem-lhes que Deus é Pai, mas a elas pai é aquele que foi embora, deixou a mãe e cinco filhos pequenos para criar. Pai é aquele que bebe e bate na mãe cada vez que chega em casa, uma pessoa violenta que em nada lembra amor. Será que este pai que a pessoa gravou pela vida vai ser harmônico com Deus? Existem ainda aqueles que pregam que Deus é amor, certo, mas que amor? Não é difícil aparecer na televisão, internet, rádio, revistas e outros meios de comunicação um indivíduo que matou a namorada dizendo que a ama. Complicado. Imagine a cabeça de uma criança ao ouvir que Deus é amor, mas todo o exemplo de amor que tem é quando a mãe diz que o ama depois de espancá-lo por causa do uso de drogas. A tentativa de diminuir a distância entre a divindade e as pessoas, o humano, muitas vezes cai em deturpações como estas. Sabe-se que para a Igreja o amor, pai, salvador, tem um significado muito específico, mas este significado pode ser diferente em cada um. Nos dias de hoje, a relação com um Deus Pai leva muitos fiéis a exigirem um milagre de Deus, assim como fazem com seus pais quando querem alguma coisa. Isso é bem diferente da postura na qual se seguia os mandamentos antes para se esperar por uma graça, se assim fosse da vontade. Na maior parte das vezes as pessoas não se relacionam com o ser em si, mas como o significado que têm deles. Rosemiro

Nenhum comentário: